O que é linguagem inclusiva?
A língua é viva e está em constante evolução. Assim como o mundo. Essa evolução deve ser usada para promover a diversidade. Vários recursos textuais podem ser utilizados para melhorar a escrita e tornar a comunicação acessível e inclusiva, respeitando a pluralidade e dores das pessoas. Quando escrevemos, devemos levar em consideração a cor de pele, gênero, orientação sexual, classe social ou qualquer outra particularidade individual ou de um grupo. É necessário abraçar as diferenças e entender a importância de adotar uma comunicação inclusiva.
ACESSIBILIDADE X INCLUSÃO
Acessibilidade é a possibilidade de acessar qualquer lugar, serviço ou produto de modo seguro, sem barreiras. Por exemplo, um ônibus com elevador para cadeirantes ou um filme legendado na própria língua para que surdos possam assistir.
Já a inclusão é o ato de incluir e acrescentar, ou seja, adicionar coisas ou pessoas em grupos e núcleos que antes não faziam parte. Socialmente, a inclusão representa um ato de igualdade entre os diferentes indivíduos que habitam determinada sociedade.
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CAPACITISMO
É discriminação e preconceito social contra pessoas com deficiência ou que são percebidas como deficientes. O capacitismo caracteriza as pessoas como definidas por suas deficiências e inferiores às não deficientes.
Exemplos em frases: das um de joão sem braço/ fingir demência/ estar um passo à frente
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DIFERENÇAS
Linguagem Inclusiva e Linguagem Neutra
A linguagem inclusiva ou não sexista é a forma de se comunicar sem discriminar ou excluir um grupo de pessoas. É a proposta de usar a língua como um instrumento de inclusão sem modificá-la, valendo-se de palavras presentes no idioma para se comunicar de modo simples e inclusivo:
Olá, amigos! ❌ Bem-vindos! ❌
Olá, amigos e amigas! ✅ Boas-vindas! ✅
O objetivo, aqui, é abranger tanto homens quanto mulheres.
A linguagem neutra ou não-binária é a forma de se comunicar propondo a inclusão de termos não masculinos e não femininos, criando novas grafias e modificando, assim, a língua. Palavras como “amigxs”, “iles”, “tod@s”, todes se encaixam nessa categoria, que tem como maiores defensores ativistas do movimento LGBTQIA+. Porém essa forma de linguagem, embora bem-intencionada, não é positiva, pois exclui, por exemplo, pessoas que dependem de um leitor de tela, visto que leitores de tela não reconhecem as palavras e não conseguem “entender e traduzir” o que está escrito, ou mesmo pessoas disléxicas que encontram impedimento ou dificuldade na leitura dessas grafias. Além disso, não é possível verbalizar essas palavras, mesmo alguém que é capaz de ler não consegue pronunciar “@” ou “x” no meio delas.
Deste modo, ainda* não adotamos a linguagem neutra/não-binária na nossa comunicação:
*Ainda não há posição de especialistas em linguística quanto ao uso correto.
Boa noite a tod@s! ❌
Boa noite a todos e todas! ✅
Então, como escrevemos?
Evitamos o uso de artigos e pronomes que indicam gênero – quando se é possível.
Traga os colegas para nosso spa e divirta-se! ❌
Traga colegas para nosso spa e divirta-se! ✅
Reorganizamos as frases para evitarmos marcação de gênero
Já passamos o ocorrido para os nossos especialistas. ❌
Especialistas já estão cuidando desse caso. ✅
Damos preferência a palavras que representam coletividade
Temos área de lazer para os jovens! ❌
Temos área de lazer para a garotada! ✅
Trocamos adjetivos que identificam gênero por alternativas neutras
Está curioso para saber o que vem por aí? ❌
A curiosidade está grande para saber o que vem por aí? ✅
Expressões racistas
Dentre os grupos minorizados, pessoas que se identificam e são socialmente percebidas como pretas ou pardas, enfrentam resistência social histórica para conquistarem inclusão em várias áreas da sociedade. Essa discriminação é o racismo.
Ao promover inclusão, precisamos reconhecer que o racismo estrutural, que está enraizado na sociedade, é real e que precisamos combatê-lo.
E como o fazemos no mundo de assistentes digitais?
Precisamos repensar o vocabulário, de modo que expressões que reforçam estereótipos e reproduzem discriminação sejam descartadas.
Desse modo:
Expressões capacitistas
É comum falarmos que estamos cegos de ódio ou que demos mancada quando algo dá errado. Esses são exemplos de capacitismo, o preconceito contra pessoas com deficiência (PCD). Expressões capacitistas diminuem, tratam como anormais e incapazes as pessoas que possuem algum tipo de deficiência.
A era da assistência digital é a era de inclusão e constante evolução, tendo isso em mente, é necessário adaptar os textos e ressignificar o que reproduzimos para que possamos ser promotores da diversidade e inclusão.
Exemplos de capacitismo:
“Você tá cego/surdo?” – Podemos trocar por “não prestou atenção no que eu disse?”
“Deu mancada” – Podemos trocar por “vacilou”
“Deu uma de joão sem braço” – Podemos trocar por “se fez de desentendido”
Não convidamos as pessoas a fazer algo que elas não podem.
Caminhe conosco nessa jornada! ❌
Venha conosco nessa jornada! ✅
Nesse caso, a pessoa que está lendo a mensagem pode ser cadeirante.
Veja as atrações de hoje! ❌
Confira as atrações de hoje! ✅
Nesse caso, a pessoa que está ouvindo a mensagem pode ser deficiente visual.
Acorde ao som dos belos pássaros que cercam nosso chalé! ❌
Aproveite a natureza que cerca nosso chalé! ✅
Nesse caso, a pessoa que está lendo a mensagem pode ser deficiente auditiva.
No dia a dia
Aqui na Guide121, buscamos aplicar as diretrizes descritas neste artigo para todos os diálogos que desenvolvemos. Porém, como citado no primeiro parágrafo do texto, a língua é viva e o mundo está em constante transformação, por isso é fundamental seguirmos estudando, conversando com as pessoas e aprendendo a cada dia, e colaborando para que tenhamos uma sociedade em que todas as pessoas se sintam contempladas, incluídas e à vontade para se expressar.
No artigo O uso de emojis em assistentes virtuais falamos sobre boas práticas na utilização dos ideogramas para que todas as pessoas tenham uma boa experiência nos diálogos com assistentes virtuais.
Para entender melhor como as assistentes virtuais funcionam acesse guide121.com.